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Cartas

Carta Missionária | 1


Sinceramente, eu nunca tinha imaginado que a Europa seria um campo missionário pois sempre ouvi as pessoas falarem que a África, as regiões pobres e mais humildes é que eram lugares propícios para se enviar missionários a fazer missões. E acredito que na cabeça de muitos, assim como era na minha, fazer missões significa fazer projetos sociais envolvendo distribuição de alimentos, coisas do tipo pregando o evangelho junto a isso. Entretanto vai muito além de fazer isso. 

“Missões combina com pobreza, missões combina com problemas sociais, missões combina com fome, mas não com a Europa’’ 

Essa foi uma frase que no início da organização para ir para a Espanha eu compartilhei nas redes sociais e muitos infelizmente acreditam nela, pois a Europa em si não precisa de movimentos sociais tão abrangentes quanto acontecem em outras regiões mais pobres. Enquanto nos preocupamos tanto com a pobreza que afeta determinada localidade, não estou dizendo que é ruim, de forma alguma, devemos fazer isso SIM, na Espanha, por exemplo, existem mais de 7 mil cidades, SETE MIL CIDADES, que nunca ouviram falar sobre Jesus. Elas certamente não precisam de ajuda financeira, mas precisam do que o dinheiro não pode comprar ou oferecer: uma vida com Deus. A África pode precisar de mais recursos, entretanto ela é mais convertida que a Europa. 

Confesso que quando cheguei na Espanha o meu coração ficou muito angustiado. Tinha ideia de como era, mas não esperava aquela realidade. Ao passar os dias fui percebendo que não era necessariamente um esfriamento, mas sim pela questão da diferença entre as culturas, pois estava acostumada a ver muita movimentação nas igrejas do Brasil durante a semana, o que lá só acontecia uma vez por semana. Mas mesmo diante disso, fui surpreendida no primeiro culto, a igreja não estava fria, a presença do Espirito Santo estava ali e sentir tudo isso trouxe uma paz para dentro de mim. Haviam carregadores de brasas na direção da igreja, Brasileiros, isso fazia com que a chama não se apagasse. Infelizmente não tivemos muito tempo de qualidade com os pastores, que eram esses brasileiros, pois tiveram que se ausentar no tempo que durou a escola mas conseguimos nos envolver durante a escola na igreja participando dos ministérios, onde conseguimos nos desenvolver bastante e ter momentos de qualidades com pessoas nativas.

Sobre a escola em si, uma das perguntas que mais fizeram durante ela era: porque vocês estão participando da escola? E por mais óbvia que fosse, eu, Larissa não sabia o real motivo e pareciam que todos sabiam, menos eu. Não estava ali por nada, claro, pois o próprio Deus tinha preparado todas as coisas para que fosse possível estar, porém eu não conseguia enxergar o porquê. As minhas respostas eram meio que clichês ao respondê-las, porque não tinha algo sobrenatural assim pra falar. Faltando menos de 30 dias para acabar a escola eu lembrei de uma frase que me disseram no início do ano: você vai entender o motivo de você ter ido. E de fato, depois que me lembrei dessa frase tudo se tornou visível aos meus olhos e eu consegui enxergar a perfeita vontade de Deus. Um dos professores que eu mais me identifiquei fez essa mesma pergunta e faltando uma pessoa para chegar a minha vez confessei quando respondi “Deus desceu agora com essa revelação, porque até então eu só repetia algo para preencher a resposta, hoje eu entendo…”

De todo o meu coração posso contar algo? Não foi fácil chegar até lá pois conforme ia compartilhando com as pessoas sobre e verdadeira situação da Europa elas pareciam não apoiar, não se importar e até não dar ouvidos, mas pela graça de Deus, um mês após o outro todos os boletos iam sendo pagos, ofertas surgiam, a passagem foi comprada, fui abençoada com o seguro viagem por um casal que hoje admiro bastante, como também a minha igreja, Ministério Vinde me abençoou muito, tive um envio missionário que até hoje me causa lágrimas.  Todas as vezes que me recordo desse tempo fico abismada com o que Ele fez. Não consegui contabilizar o total que foi necessário para ficar esses dois meses na escola missionária, mas o tanto que consegui contar ultrapassava R$10.000. Ual!

Quando tinha enviado no natal de 2018 um e-mail perguntando o valor da escola, mal sabia como iria pagar e nem fazia ideia do restante dos gastos que teria, entretanto minha mãe, minha maior motivadora disse para mim da seguinte forma: “você quer fazer? Você sabe que não temos dinheiro para isso, mas se realmente quiser, se inscreve pela fé”. A partir desse posicionamento de fé, reconhecendo que pelas minhas forças eu não conseguiria, Jesus se encarregou de fazer toda a obra, colocando estratégias nas minhas mãos, enviando pessoas até a mim, fazendo com que pessoas que eu nem conhecia me abençoassem de uma forma surreal. Foram muitas, muitas mesmo, pessoas envolvidas, como disse pessoas que também não conheço, eu não conseguiria agradece-las diretamente nesse post citando cada nome mas cada uma delas, foi essencial para que fosse completa a obra, para que eu conseguisse chegar a Espanha com as despesas supridas e viver tudo o que Deus reservou para esse tempo. Gratidão, por tudo!

Aos poucos vou liberando cartas como essa sobre esse tempo que estive na Espanha, para deixar registrado e compartilhar com vocês experiências incríveis em campo missionário. Disponível: Carta missionária 2

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Recomendo a leitura dos posts:
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Como fazer um devocional cristão
Sobre esperar em Deus

“E disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.”Marcos 16:15


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Com carinho, Lari.

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