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Versão melhorada de si mesma

Dia desses ouvi uma pessoa falando algo parecido com “Eu não sou uma pessoa diferente. Sou a mesma, só que melhor” resumindo: versão melhorada de si mesma (o) e isso chamou muito a minha atenção para algo que já estava circulando em minha mente. As pessoas nos cobram quase que sempre de passarmos pela adolescência, por exemplo, e chegarmos na fase adulta sendo pessoas totalmente diferentes de quem éramos. Com hábitos, gostos musicais, pessoais, gastronômicos e estilos redondamente diferentes.

Só que se esquecem de uma coisa quando geram essa expectativa ainda que involuntária: podemos evoluir, mas a nossa essência permanecerá a mesma, e isso inclui o combo de gostos pessoais e maneiras de viver, embora alguns hábitos ruins tendem a sair de cena e outros elementos serem acrescentados em nossa vida cotidiana.

Por experiência própria, no auge da minha adolescência, imaginava que quando adulta eu seria uma pessoa completamente diferente de quem eu era. Não só no quesito tamanho, idade e responsabilidades. Era como se outra Larissa estivesse para nascer e já pular para a vida adulta. O que a gente não imagina, e eu acredito que muitas pessoas realmente não fazem a mínima noção, é que ao longo das nossas vidas são acrescentadas coisas em nós que permanecerão até o fim, outras entrarão para nos moldarem e outras serão retiradas, mas que no fim, seremos as mesmas pessoas, com a mesma essência, com o mesmo brilho nos olhos.

É estranho e parece ser contraditório, mas não é. Até mesmo porque a gente tende a comprar (não no sentido literal) muitas conversas e falácias quando o assunto é mudar o nosso estilo de vida na vida adulta. Comer mais saudável, praticar esportes, evitar certos tipos de relacionamentos, aprender sobre finanças, gerenciar nossas emoções e por aí vai. Isso de fato é muito bom e muda realmente as nossas vidas de uma forma inexplicável, entretanto, não deixaremos de ser em essência quem nós somos se praticarmos tais mudanças. Seremos na verdade uma versão melhorada, não alguém totalmente diferente como costumamos rotular. Faz sentido pra você?

Ao mesmo tempo que é engraçado como a gente passa a gostar de coisas que antes não gostávamos. Eu por exemplo não me via ouvindo jazz enquanto escrevia, mas encontrei algo incrível quando decidi me abrir para essa prática que é melhorar a minha concentração e criatividade enquanto escrevo. (inclusive agora ouço um jazz bem tranquilo, que dá vontade de continuar escrevendo sem paraaaar)

Além de vários outros hábitos que adquiri que jamais imaginava praticar, entretanto por mais que isso tenha melhorado a minha vida e me feito ser uma pessoa melhor, em essência, não foge daquilo que eu sou. As mudanças não foram drásticas para me tornarem uma pessoa irreconhecível. Afinal de contas, não imagino que exista uma forma de nos tornarmos irreconhecíveis praticando hábitos, salvo em se entregar a Jesus que definitivamente nos transforma por inteiro, fora isso, todos os nossos hábitos externalizam na verdade quem já somos, por mais que façamos algo pela primeira vez.

Para ficar mais claro vou ilustrar algo. Recentemente tenho sentido a necessidade de praticar um exercício físico sem ser academia (que inclusive preciso voltar também), algo que fosse mais em grupo, não tão solitário como a musculação. Fiquei com uma baita vontade de praticar Tênis. Algo praticamente radical dentro do meu cotidiano. Mas que de certa forma não foge da minha personalidade, não foge de quem eu sou. O que seria bem diferente se eu decidisse praticar basquete por exemplo, não acho (e disso tenho certeza) que combina muito comigo.

Aquilo que fazemos de novo, externaliza quem na verdade já somos mesmo que não tenha sido externalizado ainda.

Dessa forma, quando nos vemos nos esforçando a mostrar para o outro algo que não somos em essência, nos perdemos de nós mesmas (os) e torna um fardo cansativo de mais de suportar. Podemos nos esforçar, tentar ser quem gostaríamos que fosse ( é claro que devemos nos inspirar e buscar a nossa melhor versão, aqui digo no sentido de comparação) mas no fim, o que vai sobressair é a nossa essência, é isso que permanece por gerações. Não conseguiremos mascarar a nossa vida para agradar o outro, ou para ser como a fulana quando isso não faz parte da nossa essência por muito tempo.

Deus já depositou em nós tudo o que precisamos, por mais que ainda não tenha vindo tudo a tona, cedo ou tarde vai ser externalizado e todos verão o caráter de cristo sendo formado em nós a medida que o conheçamos. Pois só assim é possível sermos em essência quem nós fomos chamados para sermos.

Isso fez sentido para você? Vamos conversar nos comentários sobre isso.

Leia também: Livros cristãos para ler ao longo desse ano

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Com Carinho, Lari.

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