Não me considerava uma pessoa que tinha pânico de algo até finalmente viver uma situação em que eu tive a certeza de que tinha pânico. E não era qualquer pânico, eu nomearia como pânico de infância. Algo que na verdade foi plantado em mim quando era criança, no ensino fundamental pela minha professora de biologia, na verdade era ciências naquela época, que eu carreguei comigo até os atuais 20 anos de idade.
Lacraia. Pode parecer bobo pra você, inofensivo, é só um bichinho, inseto ou sei lá o que se encaixa em sua nomenclatura, mas pra mim é sinal de perigo. Como disse, em uma das aulas de ciências onde o assunto era sobre animais a minha professora, Kelly, lembro dela até hoje, disse que se você fosse picada por uma lacraia, morreria. Eu acreditei tanto nisso que jamais chegava perto mesmo que fosse para matar, e sempre que aparecia uma delas no banheiro enquanto estava lavando-o eu gritava por socorro e meu padrasto ou minha mãe matava para mim.
Eu tinha tanto pavor e medo que nunca tomava banho com os olhos fechados, e preferia sempre lavar o cabelo separado do banho para não correr o risco de estar com os olhos fechados e ela então me picar e minha vida se acabar bem ali dentro do banheiro. Me davam calafrios só de pensar naquele serzinho tão esquisito e tão perigoso. Eu tinha mais medo de uma lacraia do que fazer sobrevivência na selva em contato com qualquer bicho e com fome, tanto que a fiz, isso pode ser assunto para uma outra carta mas a verdade é que isso ficou grudado em minha cabeça.
Quando comecei a morar sozinha foi ainda mais complicado. De inicio não apareceu nenhuma, até que um dia, lavando a área de serviço, me deparei com uma de quase 10 centímetros e eu não estou exagerando. Não conseguia matar, mas não podia deixar ela ali, poderia ser pior. Adivinhem a minha atitude. Eu corri para fora da área com a torneira do tanque ligada e gritei a minha avó que estava na calçada para me ajudar. Depois de longos minutos ela apareceu e finalmente matou aquele ser para mim. Fiquei aliviada.
Outro caso foi de ter aparecido uma no pano de chão depois que pendurei no varal. Vi ela ir de um lado para o outro sem conseguir sair daquele varal. O desespero era tanto que consegui, com a vassoura, jogar o pano no chão e bati até eu ter certeza de que estava morta e sem oferecer perigo para mim.
Mas como disse, isso era só um medo. Até que em um domingo decidi lavar a garagem. Eu costumava encontrar algumas pequenas mas jogava água até elas irem para o ralo. Porém, ao me deparar com uma enquanto passava a vassoura pensei em deixar pra lá mas não ficaria em paz. Então matei. Na minha cabeça estava morta e continuei varrendo a garagem. Subi os meus pés para a rede enquanto escrevo só de imaginar o ocorrido pela manhã. Olhei fixadamente para os meus pés quando a vi subindo no meu calcanhar. A minha ação natural e acho que a de qualquer pessoa, foi sacudir o pé, enquanto dei um grito, não muito alto, não me preocupando em onde ela foi parar mas querendo que ela saísse do meu pé.
O que aconteceu a seguir nunca tivera acontecido antes. Um desespero entrou dentro de mim. A respiração ficou ofegante, meus olhos começaram a lacrimejar, a minha garganta parecia ter perdido a fala. Nesse momento senti meus batimentos cardíacos muito acelerados. Estava encostada no portão chorando e com muita falta de ar. Percebi que os meus olhos estavam se fechando e ficando tudo escuro a minha volta, eu iria desmaiar, mas novamente o medo veio dentro de mim, se eu desmaiasse seria pior pois não sabia para onde ela tinha ido. Ainda sem voz, com a mão no meu peito chamei a minha avó duas vezes, que mora ao lado da minha casa, e quando ela chegou até mim vendo o meu desespero, perguntou o que havia acontecido. Em poucas palavras expliquei o que aconteceu e ela achou graça por eu estar naquele estado por causa de uma lacraia que sequer me mordeu.
Foi aí que eu entendi. Não era um medo qualquer, não era um pavor qualquer. Era um pânico que pela primeira vez na vida havia sido exposta. Meus batimentos demoraram a voltar ao normal, minha respiração ainda estava difícil e durante todo o dia, qualquer coisa que via pelo chão achava que era uma lacraia e quase podia senti-la no meu pé de novo.
Quero através dessa história que vivi esse fim de semana, dizer que embora as pessoas digam que o que você tem pânico seja algo normal, algo comum, você sabe que tem uma história toda por trás daquele “simples” fato. E só você pode entender quando esses momentos chegarem em sua vida. Quem está do outro lado não imagina o que acontece dentro de você mas mesmo assim compartilhar sobre os seus medos, aquilo que te trás pânico é um exercício bom. Talvez nem todos poderão te entender, mas saiba encontrar as pessoas certas, ou a pessoa certa para compartilhar. Tenho certeza de que isso vai te ajudar a não enfrentar esse pânico sozinha.
Se ninguém te der ouvidos, relaxe. Sim. Relaxe. Você tem alguém com quem contar, e eu recomendaria começar por ele sempre que isso acontecer com você. Ele te ajudará quando mais precisar e estará ao seu lado em todo tempo e fora de tempo. Sabe quem é ? Emmanuel, o Deus que sempre está conosco.
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Com carinho Lari.
2 Comments
Bri Fonseca
10 de junho de 2020 at 20:25Meeeeeeeeu Deus, eu fiquei pensando em mim que tenho medo de aranhas 😭 que agonia. Mas ainda bem que você não foi picada
Larissa Bueno
11 de junho de 2020 at 22:53Aii é complicado esses nossos medos Bri, mas graças a Deus que nao fui rs…