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Pensamentos / reflexões

Até que ponto devemos expor a nossa vida

 Nós já entendemos que nem tudo são flores como mostramos nas redes sociais. Existem sim momentos ruins e tudo bem não expor, até mesmo porque nem todo mundo que te segue precisa saber de tudo. Com isso já estamos muito bem resolvidas, postamos só coisas boas e as ruins arquivamos em nosso arquivo pessoal, embora compartilhamos com os mais chegados. Mas, embora deixamos de compartilhar muitas das coisas ruins que enfrentamos, ainda assim precisamos refletir sobre “até que ponto devemos expor a nossa vida?”

Deixar de postar momentos ruins, não significa que você não está expondo a sua vida, porque nos momentos bons sempre estamos compartilhando, e é exatamente esse o ponto chave do nosso assunto de hoje. Queremos manter privacidade sobre os momentos complicados ( e devemos mesmo fazer isso) mas abrimos ao público várias coisas das nossas vidas, que normalmente ganham em quantidade do que o número de momentos complicados que enfrentamos. Percebe?

Sempre fui uma pessoa que amava compartilhar sobre qualquer coisa aqui na internet, me recordei recentemente que aos 12 anos eu já tinha um blog, compartilhava vários momentos da minha vida no facebook e quando o instagram bombou, ninguém me parava, além do youtube e tudo mais.

Entretanto, de uns anos pra cá, creio que foi exatamente quando a pandemia começou, percebi que não queria mais compartilhar tanto da minha vida (embora eu esteja sempre postando posts aqui no blog e trazendo alguma reflexão sobre ela) com as pessoas nas redes sociais. Nessa época, fiquei 6 meses sem nenhuma rede social e acredito que isso foi um grande avanço para esse meu pensamento sabe?

Comecei a viver a minha vida sem me preocupar em postar e mostrar para os outros que ela estava interessante, dando até a entender que estava um tédio por não estar mostrando nada, porque essa é a nossa visão quando as pessoas não compartilham nada “se não está postando é porque não está vivendo” e muito pelo contrário disso, eu estava vivendo dias incríveis, só não queria mostrar. Muita coisa desde então mudou, voltei para as redes sociais, o blog estourou, mas aqueles momentos de 2020 que não voltam atrás, eu tenho registrado em meu arquivo pessoal.

Mais do que isso, algo foi gerado dentro de mim que hoje faz parte do meu estilo de vida e personalidade, continuo não compartilhando todos os momentos incríveis da minha vida. Apesar de ser uma pessoa considerada pública, eu escolho o que quero ou não mostrar, mesmo que sejam coisas maravilhosas e que talvez em outro momento não exitaria em compartilhar, mas que hoje entendi que nem tudo precisa ser mostrado e compartilhado.

Voltamos então para o questionamento “Até que ponto devemos expor a nossa vida?”, é uma tecla que precisamos bater diariamente para não entrarmos em uma zona robótica de que tudo precisa e merece ser compartilhado.

Precisamos entender que hoje as redes sociais são muito mais do que redes para nos relacionarmos e saber da vida do outro, é um entretenimento, que produz engajamento onde o produto é você ou outra pessoa que está te assistindo. Quanto mais postamos, mais dinheiro estamos dando para o dono do instagram e vai muito além disso.

Quanto mais stories postarmos, mais pessoas que as vezes a gente nem conhece, será alcançada por meio deles, não estou querendo dizer que isso é algo ruim como um todo, até mesmo porque muita gente trabalha com as redes sociais como eu mesma por exemplo, que dependem disso para angariar seus recursos financeiros.

O que quero refletir aqui é sobre a questão da nossa privacidade. Postamos dentro de um mar imenso de pessoas, e as vezes sequer temos o controle de quem vê aquilo que postamos ( a não ser que sua conta seja privada).

De certa forma isso pode ser bom, recebemos um alcance que talvez pessoalmente não receberíamos, mas será que realmente vale a pena compartilhar tudo apenas para manter as pessoas engajadas com a gente? Não sei se vocês conhecem a Fernanda Witwitsky, ela é um exemplo para mim nesse assunto pois pondera sobre muitas coisas que devem ou não ser compartilhadas nas redes sociais devido ao alcance do seu público e também para manter momentos especiais privados, somente em arquivo pessoal.

Apesar dela trabalhar com a internet, na verdade depender disso para comunicar sobre o seu trabalho, ela não se rendeu a mostrar tudo o que as pessoas querem ver. Para nós hoje é normal as pessoas contarem todas as novidades, mostrar a evolução, o desenvolvimento dos filhos, postar fotos de momentos únicos e especiais nas redes sociais, mas a Fer por exemplo, deixa muitas coisas ocultas, não no sentido de esconder, mas de deixar privado mesmo, muitos momentos de sua vida, principalmente em relação aos seus filhos.

Acredito que boa parte de nós temos álbuns de fotos de quando éramos crianças e percebe que somente quem era mais próximo e que frequentava a sua casa é quem tinha contato com esses álbuns? Hoje a realidade é outra, as crianças nascem com instagram, todo passo é registrado nos stories e destacado no perfil e é aqui que precisamos entender até que ponto precisamos expor nossa vida. Ou até que ponto queremos, porque é uma decisão, mostrar coisas as vezes tão pessoais que poderiam ser guardadas como um “tesouro da família”.

Nesse último ano eu tive tantas mudanças na minha vida, casei, visitei meus pais depois de quase 3 anos sem vê-los, me mudei para Portugal e sabe o que é mais incrível? É que boa parte dos momentos que tive, não compartilhei nas redes sociais, só quem viveu aqueles momentos comigo é quem sabem como foram.

E se me perguntarem porque eu fiz isso, eu respondo com toda sinceridade e carinho do mundo: porque eu decidi fazer isso. Não quero ter que compartilhar todos os momentos da minha vida na internet para que as pessoas vejam quão interessante é a minha vida, também não quero ter a sensação de que as pessoas sabem tudo sobre mim e tudo o que eu fiz ao entrar no meu instagram. Eu quero ter histórias para contar que não estarão registradas em lugar nenhum, quero escolher com quem compartilhar desses momentos únicos, entende?

É sobre estabelecermos um limite, tanto por privacidade quanto por segurança mesmo, e perceber o quanto a vida se torna mais leve quando entendemos e colocamos isso em prática. Talvez o seu limite será diferente do meu, mas saiba que estabelecer um limite irá mudar muita coisa na sua vida, para melhor claro. Esse não é um texto em que vou te dar uma solução, pelo contrário, é para te fazer refletir sobre o seu posicionamento nas redes sociais, e eu espero de coração que tenha feito sentido para você.

Assista o video sobre esse assunto:

Me conta aqui nos comentários o que você pensa sobre esse assunto, vou adorar ter essa interação com vocês nos comentários.  Também me acompanhe no IG @larissabuenoc, lá compartilho de forma mais próxima sobre a minha vida e tudo o que o Senhor tem gerado em meu coração. Compartilhe esse texto com alguém que você gosta.

Com Carinho, Lari.

1 Comment

  • Jennifer
    28 de novembro de 2022 at 20:07

    Muito bom o texto! Realmente, nem tudo deve e precisa ser exposto. Gosto de usar a internet pra falar sobre a Bíblia, sobre Jesus …
    Quando mais nova , postava muita coisa aleatória, hoje em dia , não posto sobre a minha vida.
    É interessante estar presente, de fato , numa roda de amigos, conversar, olho no olho…

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