Creio que não é só comigo que os dias tem sido bem desgastantes emocionalmente e fisicamente falando. A boa verdade é que parece que os dias estão acelerados demais, ou é impressão só minha? Fica a pergunta no ar, mas tenho quase certeza de que do lado daí as coisas não estão tão diferentes como do lado de cá.
Acordamos, tomamos café da manhã, fazemos nossa higiene pessoal, vamos para o trabalho, vivemos a dinâmica daquele ambiente e voltamos para casa no fim da tarde com a sensação de que não fizemos NADA — comparado a infinidade de coisas que colocamos na lista de tarefas — e assim termina o dia: cansados, exaustos e sobrecarregados. Adicione ainda o “frustrados”por não termos dado o check em todas as atividades que ficaram pendentes.
Respiro. E noto o quão cansada estou após um dia de trabalho. Não pelo trabalho em si, mas pela forma como os dias estão sendo abreviados — o que como cristãos já sabíamos que isso iria acontecer — temos as mesmas 24h todos os dias mas parece que nunca é suficiente. Pensei comigo “talvez eu tenha colocado muita sobrecarga em minha lista de tarefas”explicando a mim mesma o motivo de não ter conseguido completá-las, entretanto, mesmo se não colocar muitas coisas é bem provável que eu falhe, não por querer, ou por procrastinar, simplesmente pelo fato de que o tempo está passando depressa.
Mal piscou, o dia já acabou.
(E a rima não foi intencional)
Dias acelerados aceleram pessoas. Mas não só isso, as deixam ansiosas, frustradas, estressadas e a lista é infinita. Me perco em meus pensamentos — quando consigo, pois ultimamente nem isso tenho conseguido fazer com tanta maestria de tempo — tentando ajustar nem que seja o mínimo para conseguir dar conta de tudo.
Me frustro mais uma vez porque tem se tornado uma tarefa difícil.
Esse texto é mais um desabafo, que eu espero que faça sentido do lado daí também. Em uma conversa essa semana disse que não imaginava que a vida adulta seria tão acelerada assim. Quando criança olhava para eles achando o máximo, não conseguia ver eles correndo tanto contra o tempo como hoje eu tenho feito como adulta. É assustador.
Torna-se raro apreciar uma vista pela janela do ônibus quando se tem um telefone nas mãos, em que pagar, conversar, ter noticias está bem a sua disposição. Reparava enquanto voltava do trabalho o quanto temos deixado as vezes de conversar e apreciar esses momentos em silêncio na volta para casa. Todos estão encurvados — haja fisioterapeuta nesse mundo para concertar essas colunas — olhando para algo que na palma das mãos.
Chegamos no destino que nem percebemos — a não ser que tenha deixado o fone ou o celular sem bateria consigo — andamos apressados, digo por mim também, correndo a todo custo para não se atrasar, com pressa para ir embora, ansiosos por receber uma mensagem, imediatos. Isso, imediatos. Nos tornamos pessoas imediatistas com essa onda acelerada. Não conseguimos esperar.
Parece que estamos indo contra o tempo literalmente. Os dias estão muito acelerados. Isso é assustador.
Por isso, o meu convite com esse texto é que você possa desfrutar de momentos tranquilos, sem pressa, estando ali bem presente, longe do celular especialmente, os dias ainda assim continuarão sendo acelerados, mas a forma com a qual você responde a esses dias faz total diferença.
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