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Quando o excesso se torna demais

Quando me retirei das redes sociais na metade deste ano, boa parte do ruído que inundava minha mente com informações na velocidade da luz perdeu a força. Experimentei dias incríveis, longe de distrações e de conteúdos vazios. Em contrapartida, o YouTube, que até então era a única plataforma que eu utilizava diariamente, acabou se tornando um lugar saturado para mim. Precisei me ausentar, mesmo produzindo conteúdos por lá, para entender o que estava acontecendo. E é sobre isso que quero partilhar neste post: um pouco do que tenho sentido e guardado no coração.

Não sei se você já ouviu o termo em inglês “overwhelmed”, mas basicamente significa a sensação de estar mental ou emocionalmente sobrecarregada, quando há tanta coisa acontecendo ou tanta informação ao redor que a mente parece não conseguir acompanhar. Saturada, esgotada e com a cabeça cheia são algumas traduções desse termo em português. E era exatamente essa a sensação que eu estava tendo nos últimos dias.

Mesmo sendo seletiva quanto àquilo que assisto, só o fato de ver tantas opções de vídeos na tela inicial já me causava uma sobrecarga, sabe? Acompanho alguns poucos canais e, ainda assim, havia vários vídeos novos para assistir que eu ainda não tinha visto, embora o conteúdo me interessasse. Podcasts sem fim, com pessoas das quais eu poderia aprender muita coisa, canções que estão sendo hypadas, mas que eu sequer consegui tirar da playlist “ver mais tarde”.

Pensei comigo: imagina se eu estivesse online nas redes sociais, onde a cada instante há uma notícia ou outra sobre algum famoso, stories aleatórios de pessoas que conhecemos, mas com quem sequer conversamos, textos e mais textos, vídeos e mais reels, anúncios e mais anúncios de noivado, casamento, gravidez, formatura… Eu certamente não aguentaria a avalanche de conteúdos, sendo bem honesta.

É muito conteúdo na internet, em um curto espaço de tempo, com muitas informações para a nossa mente processar. Isso sem falar na vida fora das telas, onde precisamos cumprir nossos objetivos, horários de trabalho, e realizar hábitos que exigem de nós atenção plena. Esse overwhelmed não acontece só com conteúdos da internet ou das redes sociais, e precisamos normalizar o fato de não conseguirmos acompanhar tudo, nem estar por dentro de todas as coisas que acontecem, mesmo em assuntos que gostamos.
Hoje em dia, por exemplo, não dá pra acompanhar o ritmo das editoras que amamos e ler tudo o que publicam, porque tudo virou um excesso, sejamos honestas.

Nós não damos conta de tudo como as propagandas nos fizeram acreditar. Somos humanas, temos limitações, temos uma vida para viver além de consumir tudo o que os outros produzem. Essa percepção torna-se mais leve quando entendemos que está tudo bem não saber o que está acontecendo com todo mundo, ou tudo o que está sendo publicado, lançado e compartilhado nas redes sociais. Se algo for importante pra você, se for do seu interesse e realmente precisar fazer parte de algum momento da sua vida, isso vai chegar até você, só não precisa ser uma busca constante por querer se manter informada e dentro de tudo só para mostrar que está por dentro, sabe?

Essa atitude nos esgota, aos poucos, mas esgota. e, com isso, nos tornamos cada vez menos criativas, pacientes e autênticas.
Todo excesso faz mal, inclusive em relação a beber água. Nem tudo o que parece bom e faz bem para você é realmente bom ter em tanta imersão, sabe?

Espero que este post tenha alcançado o seu coração e que te faça refletir daí. Comente se isso fez sentido pra você, vou adorar ler os comentários de vocês. E claro, aproveita para dar um respiro pra sua mente, deixando as distrações digitais, e as vezes físicas, de lado, nem que seja por um tempo.

Com carinho, Lari.

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